Rincão da flor colorada
No topete das morenas
Do tilintar das chilenas
E do umbu, triste e sozinho
De onde o bem-te-vi, do ninho
Nas alvoradas serenas
Desfia um sem-fim de penas
Na evocação de um carinho
(trecho de Querência)
Trago na genealogia
índios, negros, lusitanos
mestiços e castelhanos
brotados da geografia
que a hora em que me paria,
livre de mal e quebranto,
parou pra ouvir meu canto
mesclado com ventania
(trecho de Gaúchos)
No galpão tudo é silêncio
A cachorrada cochila
E a peonada se perfila
Estirada nos arreios
Só se escutam os floreios
Da mamangava lubuna
Fazendo zoada, importuna,
Nos buracos dos esteios
(trecho de Hora da Sesta)
Meu patrício, aí foi o mate
Vá chupando, despacito
Que é triste matear solito
Quando a velhice nos bate.
Por isso, neste arremate,
Que chegou num arrepio,
Meu velho peito vazio
Que já teve tanta dona
Ressonga que nem cordeona
Nos bailes do rancherio
(trecho de Mateando)
Para o meu amigo Marcelo.
Então tchê, gostou? Não refuga e deixa o teu comentário!
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